26 Junho
14h30
Casino
How to be a ghost in Bangkok? de Jing Zhao (THA, GBR)
Depois de ser ignorada por um parceiro romântico numa viagem em Bangkok, a artista situa um ato contemporâneo dentro de um gesto cultural atemporal do sudoeste asiático, transformando um desgosto pessoal numa exploração surreal da fantasmice enquanto reimagina a sua personificação por dez diretrizes divertidas mas assustadoras. Trocando entre a sátira e a introspeção, o filme contempla a fragilidade das relações e a futilidade e opacidade da comunicação numa época digital híper conectada.
Medical Field Guide or Rules of engagement with native e-girls de Andran Abramjan, Jan Hofman (CZ)
Por imagens estilhaçadas por uma nuvem de pontos, mergulhamos na consciência de um piloto de drones. Numa missão pacificadora numa paisagem desflorestada, ele monitoriza objetos estratégicos de desejo, enquanto e-girls de operações psicológicas provenientes de buracos de lítio, tentam descendê-lo sem autorização para as suas cabanas. No entanto, uma operação preventiva, aciona, novas aflições e a cura interior precisa de ativar. Geopolíticas eróticas do início do século XXI. Uma grande parte do filme foi gravada com uma câmera de profundidade.
I, Monster de Zofia Tomalska (POL)
O filme “I Monster” aborda a questão do medo, que, através da sua forma rapper, se torna uma entidade à parte, atacando todos os sentidos de um indivíduo que não consegue libertar-se da opressão do medo. O medo paralisa e incapacita, não permitindo qualquer ação.
The male gaze recipe de Joey Arand, Alma Weber (GER)
A realizadora sonha em fazer um filme de masturbação em 16mm guiada pela sua avó - seguindo uma receita antiga. Com grande desagrado, ela tem de perceber que o seu subconsciente faz uso de um olhar masculino e de velhos papéis de género.
The Land of Abandonment de Eliška Lubojatzká (CZ)
Voz, rosto, corpo e chicote. Num monólogo tenso, uma rapariga olha para trás, para a longa sombra lançada pelo ato de violação, que se materializou na forma surpreendente de um chicote demasiado vívido. Recuando lentamente, a câmara faz um zoom out para acompanhar o momento em que ela consegue abrir o punho, livrar-se do poderoso instrumento e falar com a sua própria voz.
Totally Cooked de Dian Joy (GBR)
Inspirado pelo mito viral da génesis de Alexandria - uma condição genética fictícia que originou numa ficção de fãs da série Daria - esta fanfiction de uma fanfiction segue Mary-Sue, um tropo online idealizado, e Anti-Sue, a sua contraparte imperfeita, à medida que elas se deparam com esta história obscura e a descobrem a infiltrar-se nas suas vidas.
O filme investiga o ciclo de vida caótico de um mito da internet, delineando a sua evolução e impacto cultural. Ao misturar anedotas culturais, fragmentos das redes sociais e as efemeridades da Internet, explora a forma como o folclore digital se transforma em narrativas partilhadas, moldando comunidades através do humor, ansiedade e da reinvenção perpétua.
Riga Crypto and Lapona Engiel de Vlad Cocieru (ROM)
Uma adaptação do poema: „Riga Crypto și Lapona Enigel”.
December rumbles de Ziyang Liu (CHN)
Nos subúrbios de Pequim, quatro jovens disputam uma partida de ténis após o abrupto fim da era “zero Covid”. A bola de ténis, que se assemelha a vestígios dos últimos anos, voa para fora do campo. Os quatro embarcam rapidamente numa viagem em busca dela. Uma viagem de devaneio, contemplação e desilusão.
Tooth & Nail de Francesca Roth (EUA)
Numa sala de chá com sinais mal escritos e costumes desconhecidos, Ryan e Violet interagem com um empregado robot, suportam as notas opressivas de um violoncelista próximo e são observadas por sósias assombrosos e ilusórios.
Cegas pelo seu auto-engano e admiração pela cultura britânica, as mulheres nunca compreendem que o salão de chá é gerado por IA. Elas esforçam-se por se adaptarem à cultura absurda, obrigando-se mesmo a comer pastéis de borracha.
Entretanto, o código quebrado aprende rapidamente consigo próprio, acentuando as falhas e os defeitos da IA: dedos e globos oculares humanos repousam entre os bolos, aparecem estatuetas por todo o lado e, por fim, o salão de chá fica enterrado sob as suas oferendas de comida e bebida, coberto de simbolismos e imagens que significam as atrocidades cometidas pelo imperialismo britânico.
Toda a decadência se aproxima das mulheres, enquanto Ryan faz uma tentativa falhada de fuga e Violet se arrepende de ter interagido com os sósias. Elas desaparecem no código quebrado, imersas para sempre numa réplica de uma civilização que desejavam incorporar.